segunda-feira, 31 de março de 2014

ANPAD - Lições aprendidas (parte III)


Hoje vou falar da montagem de cronograma, qual o objetivo de questões certas, e da experiência de fazer a prova. Ao trabalho! =)

  • Como montar o cronograma de estudos?
Existem diversos sites que falam sobre o assunto. Aqui, mais uma vez, dá para usar as lições aprendidas dos concurseiros. Conhece o o Concurseiro Solitário? Livros do Profº William Douglas? Recomendo fortemente. 
Você pode adotar a estratégia de revezar as matérias ao longo da semana, ou escolher uma e estudá-la por um período maior. Ou ainda, misturar as duas técnicas. Qual a melhor maneira? Depende. Você tem problemas para ficar mudando de um assunto para o outro? Ou fica entendiado se demorar muito num tópico? 
Eu preferi começar estudando só Raciocínio Lógico, porque era a matéria onde eu tinha maior dificuldade. Depois de passar aproximadamente 3 semanas me dedicando só a ela, as questões começaram a fazer sentido e eu passei a errar menos. Então incluí Raciocínio Quantitativo na rotina, e fui alternando as duas por aproximadamente 2 meses. Só em meados de janeiro comecei a estudar Raciocínio Analítico, Inglês e, finalmente, Português. 
Independente da estratégia que você usar, cuidado com a tentação de estudar mais o que você já domina. Não evite os assuntos espinhosos: são eles que vão fazer a diferença no seu resultado. 
Eu tentava estudar em torno de 3h/dia durante a semana, e 6h/dia no final de semana. Nem sempre conseguia cumprir, mas tentava compensar as faltas. Ao todo, de preparação intensiva, foram 4 meses: novembro/13 a fevereiro/14. Antes disto eu já estava coletando material, olhando as provas... E sim, estudei até a véspera do teste. Para mim, sempre funciona. Tem gente que fica mais nervoso se estudar em cima da hora, eu fico mais tranquila. Depende de como você funciona. 
A sequência era: ler a teoria, resolver exercícios do próprio livro, resolver as listas do prof. Milton (para Raciocínio Lógico/Quantitativo) e depois encarar as provas anteriores. 
Dica: em Raciocínio Quantitativo, reserve tempo para Conjuntos, Matrizes e Determinantes, Probabilidade e Análise Combinatória, Regra de Três Composta, Trigonometria e Geometria Plana. Um pouco de Geometria Analítica também (coeficiente angular, alinhamento de 3 pontos...). São os tópicos que vi serem cobrados com mais frequência nas provas. 
  • O que é um bom desempenho?
A maioria das provas anteriores possui 20 questões em cada disciplina (na versão atual do teste são 17 por disciplina, num total de 85). A quantidade desejada de acertos varia: acertar 10 questões (em 20) de Português é pouco, mas em Raciocínio Lógico é um bom resultado. 
Quando estiver resolvendo uma prova de 20 questões, pense em acertar ao menos a metade. Um pouco mais que isso (13 ou mais), se for Português, Inglês ou Raciocínio Analítico. Um pouco menos que isto para Raciocínio Lógico e Quantitativo (entre 8 e 12). Este é um resultado aceitável. Eu chutaria que isso corresponde a uma nota de 300 e alguns pontos. Se você precisa de uma nota maior, eleve o objetivo. 
Lembrando: isto é para uma prova antiga, no treino. Reduza os valores quando estiver avaliando seu resultado real, que será numa prova de 17 questões para cada matéria.
  • E a prova? Como é? O tempo realmente dá?
Houve uma mudança significativa na forma de aplicação do teste. Quem fez edições antigas me conta que todos entravam na sala, o fiscal entregava a prova de uma disciplina e marcava o tempo, que variava entre 40min (Raciocínio Analítico) e 1h30 (para Raciocínio Quantitativo e Lógico). Quando você terminava a prova, entregava a folha de respostas e saía da sala. Quando o tempo total daquela prova se esgotava, todos voltavam e recebiam a próxima prova. 
Ou seja: o tempo que sobrasse em uma prova não poderia ser acrescentado em outra. Você podia resolver o teste de Raciocínio Analítico em 15 minutos. Então iria ficar 25 minutos esperando. E continuaria tendo 1h30 para Quantitativo e Lógico. Total desperdício.
Agora o teste ANPAD é como um concurso qualquer: você recebe o caderno completo (todas as disciplinas) e a folha de respostas, marca-se o tempo (4h30) e boa sorte. 
Para controlar seu tempo leve um relógio analógico no braço (aquele básico, só números e ponteiros) - não confie no fiscal. No meu caso, a que estava na minha sala disse que ia cumprir rigorosamente o edital e só nos avisaria quando faltasse 1h para o término do tempo. E eu não tinha levado relógio. 
Lá estava eu, na metade da prova de Analítico (já havia respondido Lógico, Quantitativo e Português), quando a fiscal alerta: falta 1h. Eu tinha que terminar a prova de Analítico, responder a de Inglês e marcar TODO o gabarito. Quase surtei. Normalmente fico com tempo folgado, e naquela hora tinha que correr.
Resolvi a prova de Inglês às avessas: lia o título do texto e ia direto para as questões. Quando ele perguntava "A expressão x se refere a..." eu ia direto na "expressão x" e tentava inferir o resultado. Sempre tem 3 questões de vocabulário para cada texto e, por sorte, eu sabia o significado das palavras - não precisei gastar tempo (que eu não tinha) deduzindo pelo contexto.  
Então, o tempo dá? Dá. Mas não admite desperdícios. Eu demorei muito resolvendo e conferindo a prova de Raciocínio Quantitativo, refazendo os cálculos, tentando deduzir como se calculava o desvio-padrão (não tinha estudado nada de estatística!), ou seja: todo aquele cuidado que é adequado quando há tempo de sobra. Acabei arriscando todo o resultado do teste por causa deste cuidado (poucos acertos em Inglês/Português/Analítico puxam sua nota para baixo). Poderia ter otimizado a resolução da prova e evitado uma dor de cabeça. No final, tudo deu certo, mas foi por pouco. Imagina trocar as respostas no gabarito?
  • Certo. Tudo lindo. Mas e o que deu errado?
Bem, já contei uma coisa: não controlei bem o tempo de prova. 
Também comprei o volume II do prof. Jonofon Séracles (Raciocínio Lógico) e não usei nada. 
Gastei tempo de estudo resolvendo questões esquisitas do teste. Sabe uma de quantas vezes o ponteiro dos minutos fica sobre o das horas ao longo de 1 dia (fev/2013)? E outra de quantas pesagens são necessárias para saber qual a pilha com menor peso? Foram horas de pesquisa e tentativas. E só depois percebi que aquela era só 1 questão da prova, e nem estava diretamente relacionada a algum conteúdo que eu pudesse estudar. Era uma questão que eu chamo de "aleatória": é o elemento-surpresa. Então, deixei para lá. Se na hora eu tivesse algum insight para resolver, ótimo. Senão, teria as outras para compensar. 
Não estudei nada de Estatística. Na semana que antecedeu o teste é que percebi que "passado batida" neste tópico. Até tentei aprender, mas não conseguia absorver mais nada de novo. Na prova havia uma questão fácil sobre isto, que eu nao resolvi simplesmente porque não lembrava como se calculava o desvio-padrão. 
O mesmo vale para Logaritmos: dei uma olhada muito rápida no conteúdo (achei que não iria cair) e perdi longos minutos para resolver outra questão simples da prova. E acabei errando.

10 comentários:

  1. parabéns Rosa pelas dicas, estou começando agora meu projeto mestrado e vou fazer a prova da anpad em setembro. espero conseguir bons resultados.

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  2. Parabéns Rosa!Abriu minha mente, obrigada.

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  3. OLÁ BOA TARDE GOSTEI DOS SEUS COMENTÁRIOS. PRECISO DE UM CURSINHO PREPARATÓRIO ONLINE VOCÊ ME INDICARIA ALGUM? DE JÁ AGRADEÇO.

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    1. Segue!!!

      https://www.facebook.com/groups/souintegral/?fref=ts

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  4. Obrigada Rosa! Estou organizando o meu tempo de estudo das disciplinas, mas confesso raciocínio lógico prende a gente!Obrigada pela luz!Um forte abraço!

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    1. Ô Deyse!
      Te entendo, viu?
      Leva um tempo até Raciocínio Lógico começar a fazer sentido...rss...
      Mas insiste que uma hora vai. =)

      Um abraço! Força aí! E boa sorte!

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  5. Rosa Lucena, MUITO OBRIGADO! Você escreve de um modo tão claro e direto, que faz parecer que está aqui pessoalmente! A inteligencia de seus comentários, como disse Voltaire, "faz sorrir a mente".

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    1. Oi, Zoel! =)

      Obrigada!
      Sabia que escrever aqui acaba servindo de inspiração para a escrita acadêmica? Lembro que quando estava escrevendo a dissertação, empacava várias vezes. E aí uma coisa que me ajudava era pensar: "se isso fosse um post no blog, como eu escreveria?". Inexplicavelmente, as palavras começavam a fluir...rss...

      Um abraço pra ti!

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